Última atualização: 03/03/2020, Dr. Miguel B. Royo Salvador, número de registro médico: 10389. Neurocirurgião e Neurologista.
A Síndrome de Fadiga Crônica (SFC) ou Encefalite Miálgica (EnM) é uma doença grave. Trata-se de um transtorno complexo e de larga duração, que pode afetar muitos sistemas do organismo. Caracteriza-se por uma fadiga extrema, que não melhora com o descanso e que implica a dificuldade para a realização de atividades normais, impedindo o(a) paciente, inclusive, se levantar da cama. Também é definida como “Doença sistêmica por intolerância ao esforço”.
A partir de 1984, as Síndromes de Sensibilidade Central são propostas como conceito patológico, que engloba diversos processos com características comuns, entre os quais estão a Síndrome de Fadiga Crônica ou Encefalite Miálgica e a Fibromialgia.
Fig.1
A Síndrome de Fadiga Crônica ou Encefalite Miálgica se caracteriza por um quadro clínico, que pode incluir alguns dos seguintes sintomas: cansaço severo ou esgotamento extremo, que dura mais de 24 horas depois de algum episódio de esforço físico; mal-estar ou fadiga após esforços físicos, com piora dos sintomas; dor articular ou muscular sem causa aparente; dores de cabeça; dificuldade para se concentrar; perda de memória; insônia; sono não reparador; tonturas; dor de garganta e discreto aumento ou dor dos gânglios linfáticos.
Até agora, era um diagnóstico de exclusão, definido a partir uma série de exames, que permitiam descartar outras patologias com sintomas similares.
Para concluir o diagnóstico por exclusão, é necessário que a fadiga tenha se apresentado nos últimos seis meses e esteja relacionada a, pelo menos, quatro dos sintomas mencionados.
Além disso, existem vários critérios para considerar a existência de uma Síndrome de Fadiga Crônica ou Encefalite Miálgica: critério Fukuda 1994, Canadian Consensus Criteria (CCC) 2003 e Myalgic Encephalomyelitis-International Consensus Criteria (ME-ICC) 2011.
Segundo Nakatomi Y. 2018, com a tomografia da emissão de pósitrons (PET), foi demonstrada a existência de uma neuro-inflamação muito extensa nas áreas cerebrais dos pacientes diagnosticados de Síndrome de Fadiga Crônica ou Encefalite Miálgica, que está ligada à gravidade dos seus sintomas neuropsicológicos.
Baseando-se nas descobertas científicas sobre a Fibromialgia (link), o pertencimento desta última ao mesmo grupo da Síndrome de Fadiga Crônica ou Encefalite Miálgica e a observação de vários casos co-diagnosticados de Doença do Filum, o método Filum System® sugere que se proceda uma Ressonância Magnética (RM) encefálica e da coluna vertebral.
Mediante uma RM, é possível comprovar a provável presença de sinais, que indiquem uma tração anômala da medula espinhal, como possível alteração correlativa e visível nas neuro-imagens. Além disso, se recomenda fazer uma tomografia por emissão de pósitrons (PET) encefálica.
Atualmente, as causas específicas da Síndrome de Fadiga Crônica ou Encefalite Miálgica são desconhecidas.
Em relação às pesquisas sobre a mesma, os(as) especialistas consideram que uma pré-disposição congênita a este transtorno poderia, mais tarde, se manifestar devido a uma combinação de fatores. Alguns possíveis fatores causais a serem pesquisados, segundo os(as) especialista, são os seguintes
:
– Segundo o método médico Filum System®:
Devido às últimas descobertas sobre a Fibromialgia e a sua possível pré-disposição – causada pela tração anormal da medula, provocada por um Filum Terminale excessivamente curto ou tenso-, também se sugere levar em conta a possível presença de uma tração anômala em casos de Síndrome de Fadiga Crônica ou Encefalite Miálgica, enquanto patologia do mesmo grupo da Fibromialgia.
Entre os fatores de risco relacionados à Síndrome de Fadiga Crônica ou Encefalite Miálgica, se reconhecem, principalmente, os seguintes:
O Filum System® considera também uma possível correlação entre a Síndrome de Fadiga Crônica ou Encefalite Miálgica e a tração caudal -produzida por um Filum terminale excessivamente tenso- à qual denominamos “Doença do Filum” e que consiste em uma patologia congênita, que se pode transmitir entre familiares.
As principais complicações observadas nos casos diagnosticados de Síndrome de Fadiga Crônica ou Encefalite Miálgica são as seguintes:
Não existe um tratamento reconhecido para curar a Síndrome de Fadiga Crônica ou Encefalite Miálgica. Atualmente, os tratamentos mais efetivos estão enfocados no alívio dos sintomas, tais como:
Em relação à nossa especialidade, a neurocirurgia, a partir de um estudo publicado pelo Dr. Mantia e colaboradores em 2015 baseado na aplicação do Filum System®, se comprovou que a abordagem cirúrgica de alguns casos de Fibromialgia, antes da fisioterapia, pode beneficiar os(as) pacientes, sempre que se confirme, previamente, a existência de sinais da Doença do Filum.
Ainda não se sabe se isto pode ser atribuído a um subgrupo de Síndromes de Sensibilidade Central ou a interpretações diagnósticas equivocadas, mas, em vários casos co-diagnosticados de Síndrome de Fadiga Crônica ou Encefalite Miálgica, se observou a presença da tração caudal anômala do sistema nervoso. Por esta razão, este fenômeno está sendo estudado. Recomendamos comprovar se os sinais da Doença do Filum foram detectados nos(as) pacientes para poder aplicar o tratamento neurocirúrgico antes do sintomático.
Desde 1993, com a publicação da tese de doutorado do Dr. Royo Salvador, que relaciona a tração caudal de todo o sistema nervoso pelo filum terminale à causa de várias patologias que fazem parte da Doença do Filum, se fez um novo tratamento– neste caso etiológico ou quanto à causa– já que ao se seccionar cirurgicamente o filum terminale, se elimina a força de tração medular caudal responsável pelo mecanismo patológico da mesma.
A nossa técnica de secção do Filum terminale é minimamente invasiva e se costuma indicar em todos os casos de Doença do Filum o quanto antes, já que tal tratamento tem riscos mínimos e ainda detém a evolução da doença.
Com o método do Filum System®, já foram operados mais de 1.700 pacientes com a Doença do Filum e a Síndrome Neuro Crânio Vertebral, eliminando a causa e estagnando a evolução da doença e o conflito mecânico no sistema nervoso, com excelentes resultados e um alto índice de satisfação entre os/as pacientes.
Entre pacientes com Fibromialgia submetidos(as) ao tratamento cirúrgico de Secção do Filum Terminale, segundo o método Filum System®, e que, posteriormente, fizeram fisioterapia, foi possível observar que a maioria teve uma melhora significativa em comparação com os(as) pacientes que somente se submeteram a sessões de fisioterapia.
Em diversos casos, os(as) pacientes também tinham a Síndrome de Fadiga Crônica ou Encefalite Miálgica co-diagnosticada com a Doença do Filum e/ou Fibromialgia
Após as pesquisas do Dr. Royo Salvador (1992), com a sua tese de doutorado, se demonstrou que várias patologias de causa desconhecida -como a Angulação do tronco cerebral, a Invaginação Basilar, a Síndrome de Arnold Chiari I, a Siringomielia e a Escoliose idiopáticas, a Platibasia e a Retroflexão do Processo Odontóide- fazem parte de um mesmo grupo de enfermidades com a mesma causa: a tração da medula espinhal e de todo o sistema nervoso, constituindo um novo conceito de patologia, denominada Doença do Filum. Quando o conflito mecânico não é de causa congênita, se trata da Síndrome Neuro-crânio-vertebral.
O conflito mecânico que determina a força de tração de todo o sistema nervoso na Doença do Filum se apresenta em todos os embriões humanos. Em maior ou em menor medida, todos sofrem as suas consequências, podendo se manifestar de diversas formas e com as mais variadas intensidades.
Dentro do conceito da Doença do Filum, também estão envolvidas, por terem a mesma causa, outras patologias, como as hérnias de disco vertebrais, algumas síndromes de insuficiência vascular cerebral, as síndromes facetária e de Baastrup, a Fibromialgia, a Fadiga crônica, a Enurese noturna, a incontinência urinária e as paraparesias.
Para definir o diagnóstico, orientar o tratamento e fazer o acompanhamento da Doença do Filum, foi criado um método médico: o Filum System®.
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