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Síndrome de Baastrup ou Artrose interespinhosa lombar


Última atualização: 10/03/2020, Dr. Miguel B. Royo Salvador, número de registro médico: 10389. Neurocirurgião e Neurologista.
 

Definição

A Síndrome ou Doença de Baastrup ou Artrose interespinhosa lombar consiste em um processo degenerativo relacionado ao desenvolvimento de una pseudo-articulação entre as apófises espinhosas e o aparecimento de fenômenos artrósicos. Define-se como uma variedade peculiar de artrose axial.

Trata-se de uma condição na qual as apófises espinhosas contíguas se aproximam entre si e roçam, produzindo uma sobrecarga mecânica e mudanças nas superfícies ósseas. Ocorre com mais frequência entre a terceira, a quarta e a quinta vértebras lombares.

 


Sintomas

A Síndrome de Baastrup é uma causa pouco conhecida, apesar de não excessivamente rara, de dor lombar. A origem da dor atribuída à doença de Baastrup pode ser explicada de duas maneiras: a irritação das corticais adjacentes e a distensão da bursa interapofisária que, em alguns casos, pode separar as superfícies corticais afetadas.

Efetivamente, a artrose interespinhosa pode ser acompanhada pela formação de bursas adventícias – a bursite, que é a inflamação ou irritação de umas bolsas cheias de líquido, denominadas bursas, que se localizam em alguns lugares onde há pontos de atrito, como os músculos, os tendões ou os ossos.

Os(as) paciente afetados(as) por esta Síndrome têm, com frequência, crises agudas e repetidas de lombalgia. A sintomatologia aumenta progressivamente, conforme a patologia evolui, se tornando quase constante e aparecendo ao fazer qualquer movimento ou ao mover a região lombar, com a consequente limitação -especialmente de flexão e extensão- na parte afetada.

 


Diagnóstico

Do ponto de vista radiológico, a Síndrome de Baastrup se caracteriza por: esclerose das superfícies em contato, achatamento e hipertrofia das apófises espinhosas.

As mudanças mencionados nas superfícies ósseas podem ser observadas nas radiografias da coluna vertebral ou em outros exames de imagem, como a Tomografia Axial Computadorizada.

Frequentemente, a Doença de Baastrup está relacionada à presença de estenose de canal, protuberâncias de disco e anterolistese. Por esta razão, chegar a um diagnóstico a partir do quadro clínico é mais difícil, já que os sintomas da lombalgia não podem ser atribuídos, de forma exclusiva, a esta síndrome.

 


Causas

Na causa da doença de Baastrup, parece fundamental a presença de um aumento notável da lordose lombar, independentemente das causas pelas quais esta última se manifesta.

A diminuição do raio da curvatura lombar formada pelos corpos vertebrais, produzida por um aumento da lordose, implica em uma aproximação da parte posterior das vértebras, chegando a estar em contato com as apófise espinhosas ou favorecendo o aparecimento deste processo: os atritos entre as suas bordas originam o aparecimento de novas superfícies articulares, formando secundariamente as cartilagens que as recobrem, a cápsula e, inclusive, a sinovial.

Quando se acrescentam movimentos frequentes de hiperextensão da coluna lombar, bruscos e repetidos, se produz o contato ósseo direto (que normalmente estaria protegido pelos ligamentos espinhosos entre as apófises), o que gera uma predisposição a novas rupturas, achatamentos e crises de lombalgia.

 Além disso, a degeneração ou ruptura do ligamento interespinhoso parece ser um elemento chave no desenvolvimento dos fenômenos degenerativos que se observam na Síndrome de Baastrup.

 


Fatores de risco

O fator de risco principal da Doença de Baastrup é a idade, já que esta patologia prevalece mais em idosos(as), sem haver diferença entre sexos.

Além disso, qualquer outra patologia que facilite o aparecimento de um aumento da lordose lombar, pode constituir um fator de risco no desenvolvimento da Artrose interespinhosa.

 


Complicações

A Síndrome de Baastrup pode se complicar principalmente pela persistência dos sintomas da dor lombar e da limitação dos movimentos e da atividade do(a) paciente, afetando a qualidade de vida do mesmo(a).

De forma excepcional, a Doença de Baastrup pode também se complicar com fraturas das apófises espinhosas involucradas.

 


Tratamentos

Em geral, os tratamentos que se podem indicar para a Síndrome de Baastrup são os seguintes:

  • IO conservador e sintomático, que é o inicial, com analgésicos e/ou antinflamatórios não esteróides (AINE) e reabilitação.
  • Se o primeiro não permite os resultados desejados, podem ser realizadas infiltrações locais sobre a bursa interapofisária, guiadas por exames de ultrassom, com ótimos resultados.
  • Também estão sendo praticadas diversas técnicas cirúrgicas para tratar de aliviar os sintomas, com resultados muito controversos.

 

– Segundo o Filum System®:

A Síndrome de Baastrup se apresenta frequentemente em pacientes afetados pela Doença do Filum. A força de tração caudal que gera esta patologia também afeta as articulações interapofisárias vertebrais, o que as sobrecarrega e favorece o aparecimento de processos artrósicos. Além disso, na Doença do Filum com ou sem Escoliose Idiopática, pode haver um aumento da lordose lombar que causa a Artrose interespinhosa. Por esta razão, antes de tratar esta última, realizamos o protocolo diagnóstico do Filum System®, para detectar uma possível Doença do Filum, que precisaria ser tratada primeiramente.

 


Referências bibliográficas

 

  1. Arias Fernández J, Broncano Cabrero J, Bondía Gracias JM, Aquerreta Beola JD: Manifestaciones radiológicas del síndrome de Baastrup en la edad pediátrica. Radiología 2013; 55(5): 447-450.
  2. Granados Menéndez M, Angeli Montesinos Fernández I: Acta Rehumatológica 29 2014 Vol. 1 No. 1:6 doi: 10.3823/1305iMedPub Journalshttp://journals.imedpub.com© de Baastrup.
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  4. Maes, R., Morrison, WB., Parker, L., Schweitzer, ME., Carrino, JA. Lumbar interspinous bursitis (Baastrup disease) in a symptomatic population: Prevalence on magnetic resonance imaging. Spine 2008; 33 (7): E211-215. 2.
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  6. Pinto, PS., Boutin, RD., Resnick, D. Spinous process fractures associated with Baastrup disease. Clin Imaging. 2004; 28 (3): 219-22.
  7. M. B. Royo-Salvador (2014), “Filum System® Guía Breve”.






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