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O Filum Terminale


Last update: 21/10/2019, Dr. Miguel B. Royo Salvador, Medical Board number 10389. Neurosurgeon y Neurologist.

 
 

Nesta secção, procuramos introduzir de forma muito sintética a anatomia normal do sistema nervoso central e, com ela, a do ligamento que pode ter tantas consequências para a saúde dos nossos pacientes, para que se possam compreender melhor os impactos da sua doença nos diversos síndromes ou patologias que tratamos.

O Institut Chiari & Siringomielia & Escoliosis de Barcelona (ICSEB) e a sua equipa de neurocirurgia são altamente especializados nas patologias do sistema nervoso central relacionadas com o ligamento do Filum Terminale.

Tal como confirmaram as descobertas das pesquisas dos últimos 50 anos do Dr. M. B. Royo Salvador, um Filum Terminale que cause uma tração excessiva da medula espinhal provoca o aparecimento da Doença do Filum. Assim, pode ser a causa de um grupo claramente definido de patologias, além de estar estreitamente relacionado com o desenvolvimento de outros diagnósticos e com o seu prognóstico.

Introdução: O sistema nervoso central e a medula espinhal

O sistema nervoso central (Fig.1) ou neuroeixo é composto por duas partes:
 

  • O encéfalo: é a parte contida no crânio.
  • A medula espinhal: é a porção inferior ou caudal do neuroeixo, tem forma cilíndrica e está contida no canal ou conduto vertebral.


Imagem 1

O encéfalo divide-se em: cérebro, cerebelo e tronco encefálico.

O cérebro e a medula espinhal estão envoltos e protegidos por três membranas ou meninges, de dentro para fora: pia-máter, aracnoide e dura-máter, que determinam dois espaços intermédios: o espaço intraaracnoide, que contém o líquido cefalorraquidiano (LCR), cuja função é amortecer, proteger, hidratar, nutrir e drenar o sistema nervoso central; e o protuberância, localizado por baixo da dura-máter.

O tronco encefálico liga o encéfalo e o cerebelo à medula espinhal, sendo composto pelo mesencéfalo, protuberânciae e bulbo raquidiano.

A medula espinhal estende-se desde o bulbo raquidiano, no foramen magnum do crânio, até à primeira vértebra lombar. É flexível, elástica e de cor esbranquiçada, acompanhando a coluna vertebral e adaptando-se aos seus movimentos sem entrar em contacto com os ossos – pois está envolvida pelas meninges e pelo LCR-.

Num corte transversal da medula, observa-se a substância cinzenta na região central, com duas colunas laterais unidas por uma comissura cinzenta, que contém no centro o canal do epêndimo (continuação medular do sistema ventricular encefálico), conferindo-lhe o aspeto de borboleta ou de “H”, rodeada por substância branca.

Longitudinalmente, a medula espinhal divide-se em segmentos medulares chamados metámeras. De cada metámera emerge um par de nervos espinhais, que saem através dos forames intervertebrais. A medula espinhal liga-se ao sistema nervoso periférico por meio de 31/33 pares de nervos espinhais.

A nível lombar, a medula espinhal restringe-se ao cone medular. Nos tratados de Anatomia Humana e na maioria das publicações, o cone medular está localizado na zona intervertebral L1-L2. Em estudos realizados na Espanha, com peculiaridades étnicas, o nível do cone medular determinado por dois autores com publicações relevantes, é localizado ao nível D12-L1.

O conjunto das raízes nervosas espinhais correspondentes aos últimos quatro segmentos lombares, sacrais e coccígeos, sem medula, forma a cauda equina, assumindo uma disposição semelhante a uma cauda equina.

 


Anatomia do Filum Terminale

O sistema nervoso central começa a formar-se durante a terceira semana de gestação. Este processo, chamado neurulação, leva à constituição do tubo neural, que, por sua vez, através da tunelização, dá origem ao cone medular e ao ventrículo terminal, formando a primitiva medula espinhal.

Por fim, aos 38 dias de gestação, ocorre a diferenciação retrógrada, formando-se o filum terminale. A partir da nona semana de desenvolvimento do embrião humano, dá-se um crescimento desigual entre a coluna vertebral e a medula espinhal, sendo o crescimento da medula estimulado por duas hormonas distintas, mas travado pela textura do Filum Terminale. Isso gera um conflito mecânico que, em casos extremos, pode resultar nas manifestações da Doença do Filum.

O filum terminale (Fig.2-3) é um filamento com 2 mm de espessura e cerca de 20 cm de comprimento, que se estende da extremidade inferior do cone medular até à face dorsal do cóccix, onde se fixa para se manter in situ. É constituído por tecido fibroso que se continua com a pia-máter e está envolvido pela dura-máter até à sua inserção em S2. Na sua superfície externa, existem alguns filamentos nervosos aderidos.

O canal ependimário central da medula espinhal estende-se por 5-6 cm no interior do filum terminale.


Fig. 2 e 3 O Filum Terminale, à esquerda, secção sagital da coluna lombo-sacro-coccígea; à direita, cone medular com a abertura da dura-máter, raízes nervosas lombo-sagradas ou cauda equina.

O ligamento é composto por duas partes, uma superior e outra inferior:

  • A parte superior, ou filum terminale internum, mede cerca de 15 cm de comprimento e atinge o nível do bordo inferior da segunda vértebra sacra. Situa-se dentro do saco da dura-máter e está rodeado pelos nervos que formam a cauda equina..
  • A parte inferior, ou filum terminale externum, está em contacto íntimo com a dura-máter e revestida por ela; estende-se desde o vértice do saco dural em S2 até à parte posterior do primeiro-segundo segmento do cóccix.

 


Referências bibliográficas

 

  1. Mercedes Arias, Alfonso Iglesias, Beatriz Nieto, Cristina Ruibal, Jorge Mañas, Rosa Martínez Presentación del tema: “Patología del filum terminale “Una mirada atrás” Unidad de Diagnóstico por Imagen (GALARIA) Complejo Hospitalario Universitario de Vigo
  2. Dr. Miguel B. Royo Salvador (1996), Siringomielia, escoliosis y malformación de Arnold-Chiari idiopáticas, etiología común (PDF). REV NEUROL (Barc); 24 (132): 937-959.
  3. Dr. Miguel B. Royo Salvador (1996), Platibasia, impresión basilar, retroceso odontoideo y kinking del tronco cerebral, etiología común con la siringomielia, escoliosis y malformación de Arnold-Chiari idiopáticas (PDF). REV NEUROL (Barc); 24 (134): 1241-1250
  4. Dr. Miguel B. Royo Salvador (1997), Nuevo tratamiento quirúrgico para la siringomielia, la escoliosis, la malformación de Arnold-Chiari, el kinking del tronco cerebral, el retroceso odontoideo, la impresión basilar y la platibasia idiopáticas (PDF). REV NEUROL; 25 (140): 523-530
  5. M. B. Royo-Salvador, J. Solé-Llenas, J. M. Doménech, and R. González-Adrio, (2005) “Results of the section of the filum terminale in 20 patients with syringomyelia, scoliosis and Chiari malformation“.(PDF). Acta Neurochir (Wien) 147: 515–523.
  6. M. B. Royo-Salvador (2014), “Filum System® Bibliography” (PDF).
  7. M. B. Royo-Salvador (2014), “Filum System® Guía Breve”.






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