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Luxações vertebrais


Última atualização: 04/03/2020, Dr. Miguel B. Royo Salvador, número de registro médico: 10389. Neurocirurgião e Neurologista.
 

Definição

A luxação é definida como o deslocamento de um osso da sua posição natural. No caso da coluna, a luxação vertebral significa a perda do alinhamento da mesma e implica na ruptura de ligamentos e em fraturas vertebrais, com a instabilidade da coluna vertebral, o que impossibilita fazer movimentos normais.

Dependendo de onde ocorre, a luxação vertebral se define como:

  1. Atlanto-axial
  2. Cervical
  3. Dorsal
  4. Lombar
  5. Sacroilíaca
  6. Coccígea

 


Sintomas

Os sintomas decorrentes de uma luxação vertebral variam de acordo com:

  • A região da vértebra afetada.
  • A enervação da mesma.
  • A ativação da transmissão da dor nos nervos da região.
  • A inflamação consequente.
  • A compressão das estruturas vasculares ou nervosas adjacentes.

Os sintomas que uma luxação vertebral pode desencadear são, principalmente, a dor na zona afetada e/ou a alteração da sensibilidade e das funções correspondentes à mesma e às estruturas nervosas do seu entorno.

 


Diagnóstico

Quando ocorre uma luxação vertebral, os ligamentos vertebrais deixam de sustentar os ossos ou vértebras com suas articulações na posição normal e estes se separam ou se deslocam. Esta separação pode ser visualizada em uma Radiografia (RX) ou em uma Tomografia Axial Computadorizada (TAC) ou ainda em uma Ressonância Magnética (RM).

A partir do momento em que se realizam o histórico clínico e a avaliação física, se existe a suspeita de luxação vertebral, o(a) especialista indicará uma série de exames radiológicos e de imagem necessários.

 


Causas

Em geral, uma luxação vertebral ocorre quando se força o limite de movimento da articulação entre os ossos, vértebras ou apófise. Isto pode ocorrer, normalmente, por conta de quedas e acidentes ou por movimentos bruscos e excessivos, ou ainda por qualquer traumatismo (com e sem forças externas adicionais) que implique forçar a articulação da vértebra.

 


Fatores de Risco

Como são decorrentes de acidentes e traumatismos, as luxações vertebrais ocorrem com maior probabilidade com:

  • A prática de esportes de impacto, de risco e de alto risco, ou qualquer atividade que favoreça a possibilidade de traumatismos em qualquer região da coluna vertebral.
  • A propensão a quedas. Quando uma pessoa tem outras doenças, principalmente neurológicas ou da coluna, que a predispõem a sofrer quedas, a probabilidade de que ela tenha uma luxação vertebral também aumenta.
  • Os fatores hereditários. As pessoas que têm ligamentos mais flexíveis, devido a alguma característica hereditária, podem estar mais propensas a sofrer luxações.

 


Complicações

As complicações decorrentes de uma luxação vertebral, em geral, consistem no agravamento dos sintomas provocados pela mesma, com a consequente piora da qualidade de vida do(a) paciente (por exemplo, chegando à paresia, à paralisia ou à perda parcial ou completa da sensibilidade). Enquanto a luxação persistir, pode causar danos nos nervos, na medula espinhal ou nos vasos sanguíneos ao redor da articulação luxada.

A luxação vertebral que pode ter as complicações mais graves é a atlanto-axial, ou seja, pode ocorrer a separação entre o processo odontóide e a superfície do atlas com o qual se articula. Neste caso, como também nos mais graves de luxação cervical, pode ocorrer a compressão da própria medula, provocando lesões neurológicas ou vasculares e chegando, inclusive, à secção da medula espinhal, o que provocaria a morte. Por isto, este tipo costuma ser operado assim que é diagnosticado.

 


Tratamento

– O tratamento conservador indicado para as luxações vertebrais, em geral, consiste na imobilização vertebral e na administração de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos. Outras indicações são evitar carregar peso na coluna, reduzir os esforços físicos, fazer fisioterapia, etc. Em alguns casos, o tratamento conservador pode ajudar a melhorar, mas, poucas vezes, é resolutivo.

– Na maioria dos casos, pela compressão de estruturas nervosas ou pela ameaça de que esta ocorra, se indica o procedimento de um tratamento cirúrgico, mediante artrodese vertebral com instrumentação. Trata-se de uma cirurgia que se realiza para unir, de maneira permanente, dois ou mais ossos da coluna vertebral, para que não haja movimento entre os mesmos.

 


Resultados

A técnica cirúrgica da nossa equipe médica de artrodese vertebral com enxertos, próteses e instrumentação utilizada nas luxações vertebrais tem resultados excelentes na maioria dos casos, com um índice mínimo de complicações.

Exemplo

-Caso Nº 312

Paciente de 16 anos de idade, que após sofrer um traumatismo jogando futebol, apresentou uma luxação cervical entre a segunda e a terceira vértebra cervical e foi operado com sucesso (Fig. 1, 2, 3 e 4).

luxaciones-vertebrales-1
Fig.1 Radiografia simples lateral, onde não se notam anomalias.

 

luxaciones-vertebrales-2
Fig.2 Radiografia da coluna cervical em flexão, na qual a seta mostra a localização da luxação.

 

luxaciones-vertebrales-3
luxaciones-vertebrales-4

Fig.3 e Fig.4. Radiografias que mostram uma placa de titânio com dois orifícios e os seus parafusos, fixando a segunda e a terceira vértebra cervical, onde, previamente, se extraiu a parte central do disco intervertebral lesionado e a substituiu por um enxerto de hidroxiapatita.

 


Referências Bibliográficas

 

  1. Chechik O, Wientroub S, Danino B, Lebel DE, Ovadia D. (2013) “Successful conservative treatment for neglected rotatory atlantoaxial dislocation.”, Journal of Pediatric Orthopaedics, 33(4), pp. 389-392.
  2. Iizuka H, Iizuka Y, Kobayashi R, Takechi Y, Nishinome M, Ara T, Sorimachi Y, Nakajima T, Takagishi K. (2013) “Characteristics of idiopathic atlanto-axial subluxation: a comparative radiographic study in patients with an idiopathic etiology and those with rheumatoid arthritis.”, European Spine Journal, 22(1), pp. 54-59.
  3. Ordonez BJ, Benzel EC, Naderi S, Weller SJ. (2000) “Cervical facet dislocation: techniques for ventral reduction and stabilization.”, Journal of Neurosurgery, 92(1), pp. 18-23.
  4. M. B. Royo-Salvador (2014), “Filum System® Guía Breve”.
  5. Sun Y. Yang, Anthony J. Boniello, Caroline E. Poorman, Andy L. Chang, Shenglin Wang, and Peter G. Passias (2014) “A Review of the Diagnosis and Treatment of Atlantoaxial Dislocations”, Global Spine Journal, 4(3), pp. 197-210.

 







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