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Síndrome Neuro Crânio Vertebral por Luxação sacrococcígea


Última atualização: 03/03/2020, Dr. Miguel B. Royo Salvador, número de registro médico: 10389. Neurocirurgião e Neurologista.

 

Diagnóstico

A parte final da coluna vertebral está composta por 5 vértebras fundidas na altura do sacro e de 3 a 5 também fundidas na altura do cóccix. Entre ambos os conjuntos de vértebras fundidas, que atuam como ossos independentes, existe a articulação sacrococcígea, que pode sofrer uma fratura e uma luxação, deslocando o cóccix, principalmente devido a uma ação traumática.

Para que este último se desloque, deve haver uma força importante sobre o mesmo, tendo como causa, por exemplo, uma queda ou um forte golpe, como uma queda de nádegas, um parto no qual há uma grande desproporção entre o tamanho do(a) bebê e a pélvis da mãe, etc.

O sintoma principal provocado por uma luxação sacra-coccígea é a dor localizada na zona do osso sacro ou coccigodinia. Como os ligamentos do cóccix recebem muitas fibras nervosas, sua rotura pode ser intensamente dolorosa. Além disso, uma vez ativada, esta transmissão da dor pode desencadear uma inflamação importante na região afetada.

O diagnóstico normalmente é clínico, pela dor característica e pelo histórico clínico das circunstâncias típicas que provocam a luxação.

Trata-se da luxação cujo diagnóstico, mediante exames complementares, costuma ser o menos frequente. Isto porque, nas radiografias e nas ressonâncias magnéticas feitas na coluna completa ou, inclusive, na zona lombo-sacra, por conta de outros quadros ou suspeitas, não é possível visualizar o cóccix da vértebra S2 para baixo. Mesmo quando se realizam exames complementares que chegam até o final do cóccix, pode ser difícil detectar a separação mediante uma imagem radiológica, sendo necessário fazer uma tomografia computadorizada ou uma ressonância magnética.

 


Fig 1. Luxação sacrococcígea

 


Complicações

O risco principal de uma luxação sacra-coccígea é o de que a lesão demore muito para ser curada. Enquanto persistir, a dor pode ser um fator muito limitante para a qualidade de vida do(a) paciente.

-Segundo o Filum System®:

Nos casos de luxação sacrococcígea e em alguns, muito menos frequentes, de fratura na região, observamos como a maioria dos(as) pacientes do nosso Instituto as apresentam, sendo estas relacionadas ao diagnóstico de Síndrome Neuro Crânio Vertebral (S.NCV) que neste caso, é definida como adquirida por traumatismo. Isto implica, portanto, em uma tensão anormal do ligamento do Filum terminale não congênita, sendo esta decorrente de um mecanismo de alavanca, com a fratura ou luxação em flexão do cóccix, que traciona a inserção do Filum terminale, pois este se adentra à região que corresponde à primeira e à segunda vértebra coccígea.
A S.NCV e o seu quadro clínico correspondente podem representar uma complicação no quadro da luxação, piorando, posteriormente, a qualidade de vida dos(das) pacientes. Os sintomas, nestes casos, não consistem somente na dor e na inflamação características e localizadas na região sacrococcígea, mas podem aparecer no resto da coluna vertebral e do sistema nervoso central, como ocorre com a Doença do Filum.

 


Tratamento

– O tratamento indicado para as luxações sacra-coccígeas costuma ser conservador. As recomendações são as seguintes: não carregar peso sobre o cóccix; evitar ou reduzir o tempo na posição sentada e usar almofadas ou dispositivos, que reduzam a carga ao estar sentados(as). Também se administram analgésicos e anti-inflamatórios e se indicam fazer fisioterapia postural ou, inclusive, osteopatia na região do cóccix.

– Nos casos mais graves, quando a dor não diminui e limita muito a vida normal do(a) paciente, o tratamento pode ser cirúrgico, consistindo na neurólise dos nervos implicados ou, inclusive, na exérese ou extirpação do próprio cóccix.

Segundo o Filum System®:

Com a luxação ou fratura do sacro, do cóccix ou sacrococcígea que esteja relacionada à Síndrome Neuro Crânio Vertebral, o ligamento do Filum terminale, que une, juntamente a outros, as vértebras neste nível, se encontra excessivamente tenso, transmitindo uma força de tração anormal à medula espinhal e, consequentemente, a todo o sistema nervoso central. Por esta razão, após anos de observação clínica destes casos, propomos o tratamento cirúrgico mediante a aplicação do método médico do Filum System®, que inclui a secção cirúrgica do Filum terminale, com uma técnica minimamente invasiva, própria e exclusiva.

 


Secção do Filum Terminale

 

Vantagens

 

1. Elimina a causa da Síndrome Neuro Crânio-vertebral relacionada à luxação ou fratura vertebral sacrococcígea.

2. Com a técnica cirúrgica minimamente invasiva própria do ICSEB, o tempo cirúrgico é de 45 minutos. Poucas horas de internação. Anestesia local. Pós-operatório curto e sem limitações. Sem internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Sem transfusões de sangue.

3. Sua aplicação supõe 0% de mortalidade, sem sequelas nem complicações relevantes.

4. Melhora os sintomas e detém a evolução, sempre para pior, das lesões e dos sintomas do sistema nervoso e da coluna vertebral.

 


Referências bibliográficas:

 

  1. Hamoud K, Abbas J (2015) ‘Fracture dislocation of the sacro-coccygeal joint in a 12 year-old boy. A case report and literature review.’, Orthopaedics & Traumatology, Surgery & Research, 101(7), pp. 871-873
  2. M. B. Royo-Salvador (2014), “Filum System® Bibliography” (PDF).
  3. M. B. Royo-Salvador (2014), “Filum System® Guía Breve”.
  4. Stuart RM, Song SJ. (2004) “Unilateral lumbosacral facet joint dislocation without associated fracture.”, Australasian Radiology, 42(2), pp. 224-229.






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