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Enurese noturna primária/ incontinência urinária


Última atualização: 03/03/2020, Dr. Miguel B. Royo Salvador, número de registro médico: 10389. Neurocirurgião e Neurologista.
 

Definição

A perda involuntária de urina é a condição pela qual a pessoa afetada pela mesma tem uma necessidade urgente e repentina de urinar, mas é incapaz de reter a urina. Trata-se de uma alteração na fase de enchimento vesical, que pode se apresentar sozinha (primária) ou juntamente com diversas patologias (secundária).

A Enurese Noturna Primária/Mono-sintomática (ENP/M) é definida como a emissão involuntária, intermitente e repetida de urina durante o sono, devido à incapacidade de controlar o esfíncter. Esta ocorre em crianças com mais de 5 anos de idade, que nunca foram continentes.

Já a incontinência urinária é definida como a perda involuntária de urina na fase adulta. As perdas podem ocorrer quando a pessoa espirra, ri e faz algum esforço ou exercício físico.

Existem vários tipos de incontinência urinária:

  • de esforço
  • de urgênciaa
  • mistaa
  • por transbordamentoa
  • de causa psicogênicaa
  • de causa neurológica

 


Diagnóstico

Para se chegar a um diagnóstico de Enurese Noturna Primária na idade infantil ou de Incontinência urinária primária na idade adulta, em primeiro lugar, é preciso que a perda de urina seja totalmente involuntária e objetivamente demonstrável.

Para comprovar que se trata de um transtorno primário, os exames devem ter como objetivo detectar e descartar causas secundárias, tais como bexiga neurogênica, anomalias da medula espinhal, infecções urinárias, presença de válvulas uretrais posteriores em crianças e ureter ectópico em meninas. Para isto, é preciso fazer o seguinte:

  • Histórico clínico completo: nos antecedentes pessoais, o(a) médico(a) avalia as doenças concomitantes, como as patologias neurológicas ou as patologias sistêmicas, com repercussão sobre o sistema nervoso central, e as cirurgias prévias, que podem afetar o sistema urinário, o abdômen, a pélvis e a coluna vertebral. Além disso, se deve controlar a medicação utilizada pelo(a) paciente.
  • Avaliação física que inclua um exame da sensibilidade perianal.
  • Exames: analíticos (de sangue), radiológicos (radiografia simples de abdômen, urografia intravenosa e ultrassonografia vesico-prostática) e urodinâmicas, incluindo a análise da urina, com densidade urinária (as avaliações urodinâmica e radiológica não são necessárias em crianças com ENP).

O método Filum System®, com base nas descobertas científicas sobre a etiologia de várias patologias e na observação de diversos casos com enurese noturna ou incontinência urinária com diagnóstico de Doença do Filum, sugere que, após ser comprovado que a perda de urina é primária (tanto em crianças quanto em adultos/as), sejam feitas Ressonâncias Magnéticas do encéfalo e da coluna vertebral.

  • Mediante uma Ressonância Magnética, é possível comprovar a presença de sinais que indiquem uma tração anormal da medula espinhal como uma possível alteração correlativa e visível em uma neuroimagem

 


Sintomas

O sintoma da enurese noturna primária ou de incontinência urinária é a perda de urina involuntária , que ocorre, respectivamente, durante o sono ou durante o estado de vigília do(a) paciente.

A quantidade ou a densidade da perda pode variar de caso para caso, assim como a frequência com a qual acontece. As perdas podem ser acompanhadas, especialmente, por esforços, como tossir e espirrar, fazer atividades físicas ou manter relações sexuais.

 


Causas

A perda urinária ocorre quando a pressão dentro da bexiga é superior à pressão na uretra. Existem muitas teorias sobre a origem da ENP ou da incontinência urinária primária em adultos(as), mas nenhuma é conclusiva.

As principais causas conhecidas são:

  • O atraso do desenvolvimento no amadurecimento funcional do sistema nervoso central, que pode produzir um defeito no mecanismo de acordar.
  • Causas genéticas.
  • Desordens do sono.
  • Desordens psicológicas e de conduta.
  • Baixos níveis de hormônio antidiurético (ADH) à noite em crianças com ENP, o que causa o excesso de produção de urina.

 


Fatores de risco

Os principais fatores de risco reconhecidos, em geral, são:

  • Como mencionamos, o fato de se ter sofrido a enurese noturna na infância, pois isto constitui um importante fator de risco para uma futura incontinência urinária na idade adulta.
  • Na idade adulta, é mais comum que ocorra entre as mulheres.

No que se refere especificamente à ENP na etapa infantil, várias pesquisas demonstram que a maioria é composta por

  • Crianças com cefaleia crônica.
  • Crianças com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH), que não estão sendo tratadas.
  • Foram descritos somente casos e séries de casos relacionados à apneia do sono e com enurese noturna. Tal relação está demonstrada plenamente com a enurese secundária, mas ainda não com a ENP.
  • Existem evidências de que a hiperatividade vesical está relacionada à ENP.

 


Complicações

A enurese e a incontinência urinária, tanto em crianças quanto em adultos(as), são um problema::

  • Higiênico: especialmente em crianças, pode causar até mesmo erupções cutâneas nas nádegas e na região genital..
  • Psíquico: pode causar sentimentos de humilhação pessoal, reações emocionais de insegurança, inibição afetiva, inibição quanto à sexualidade, ansiedade e depressão, podendo levar a pessoa a ter uma baixa autoestima.
  • Social: implicando a perda de oportunidades ou isolamento, já que isto influi na atividade do(a) paciente e na sua participação em seu grupo social.

Por tudo isto, a condição do(a) paciente pode se complicar devido à piora do nível da sua qualidade de vida.

 


Tratamento

Existem algumas medidas que podem ajudar a atrasar o aparecimento da incontinência de urina, assim como preveni-la:

  • Métodos não farmacológicos: terapia motivacional, dispositivos de alarme, exercícios de treinamento vesical, modificações do estilo de vida, hipnoterapia, métodos de conduta, etc.
  • Métodos farmacológicos, para pacientes com mais de 7 anos de idade: antidepressivos tricíclicos, anticolinérgicos, desmopresina e terapias combinadas.

Além disso, especialmente em adultos(as), podem ser indicados tratamentos mediante:

  • Cirurgia.
  • Auto-sondagem intermitente.
  • Estimulação elétrica intravaginal

 
– Segundo o Filum System®:

A enurese noturna primária e/ou a incontinência urinária se apresentam frequentemente em pacientes afetados(as) pela Doença do Filum (DF) Por esta razão, este fenômeno está sendo investigado. Recomendamos comprovar se há sinais da DF nestes(as) pacientes para poder aplicar o tratamento neurocirúrgico indicado.

Desde 1993, com a publicação da tese de doutorado do Dr. Royo Salvador, que relaciona a tração caudal de todo o sistema nervoso pelo filum terminale, como a causa de várias patologias, que se incluem na DF, foi feito um novo tratamento – neste caso, etiológico ou quanto à sua causa– já que, ao se seccionar cirurgicamente o Filum terminale, se elimina a força de tração medular caudal responsável por este mecanismo patológico.

A nossa técnica de secção do Filum terminale é minimamente invasiva e costuma ser indicada para todos os casos de Doença do Filum o quanto antes, já que tem riscos mínimos e detém a evolução desta patologia.

 


Secção do Filum terminale minimamente invasiva do Filum System®

 

Vantagens

1. Elimina a tração da medula espinhal provocada pelo ligamento quando este é muito curto ou tenso.

2. Com a técnica cirúrgica minimamente invasiva própria do ICSEB, o tempo cirúrgico é de 45 minutos. Poucas horas de internação. Anestesia local. Pós-operatório curto e sem limitações. Sem internação na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Sem transfusões de sangue.

3. Sua aplicação tem um índice de 0% de mortalidade, sem sequelas.

4. Melhora os sintomas e detém a evolução das doenças relacionadas à Doença do Filum.

 


Referências bibliográficas

 

  1. Carlos Rodrigo Gonzalo de Liria, Tratamiento de la Enuresis Nocturna, Vol. 23, núm. 2. 2012. ISSN 0213-7801
ISSN 1579-9441. Butlletí d’informació terapèutica del Departament de Salut de la Generalitat de Catalunya.
  2. Cendron M. Primary nocturnal enuresis: current. Am Fam Physician 1999 Mar 1;59(5):1205-14, 1219-20.
  3. Dharnidharka V. Primary nocturnal enuresis: Where do we stand today? Indian Pediatr 2000 Feb 7;37(2):135-140.
  4. M. B. Royo-Salvador (2014), “Filum System® Guía Breve”.
  5. Dr. Miguel B. Royo Salvador (1997), Nuevo tratamiento quirúrgico para la siringomielia, la escoliosis, la malformación de Arnold-Chiari, el kinking del tronco cerebral, el retroceso odontoideo, la impresión basilar y la platibasia idiopáticas (PDF). REV NEUROL; 25 (140): 523-530
  6. National Clinical Guideline Centre. Nocturnal enuresis: the management of bedwetting in children and young people. London (UK): National Institute for Health and Clinical Excellence (NICE); 2010 Oct. 43 p. (Clinical guideline; no.111).
  7. Skoog SJ, Stokes A, Turner KL. Oral desmopressin: a randomized double-blind placebo controlled study of effectiveness in children with primary nocturnal enuresis. J Urol 1997 Sep;158(3 Pt 2):1035-40.






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