Última atualização: 12/06/2019, Dr. Miguel B. Royo Salvador, número de registro médico: 10389. Neurocirurgião e Neurologista.
A Síndrome de Arnold-Chiari I consiste na descida da parte inferior do encéfalo –as amígdalas cerebelosas– e da parte inferior do cerebelo pelo orifício occipital em direção do canal vertebral, sem que existam outras malformações relacionadas na medula espinhal. De acordo com algumas teorias, a descida das amígdalas cerebelosas deve superar os 5 milímetros e, segundo outras, deve ser maior do que 3 milímetros. Há também quem considere que esta seja de 0 milímetro ou que seja um caso de amígdalas impactadas, mas com um quadro clínico compatível com esta Síndrome.
Figura 1.- Esquema que mostra a descida amigdalar e o consequente aumento do espaço supracerebeloso, ao se deslocar todo o cerebelo em direção ao canal vertebral, em um caso de Síndrome de Arnold-Chiari I.
O aspecto clínico da Síndrome de Arnold-Chiari I (SACH.I) se expressa através de diversos quadros com várias combinações de sintomas, dos quais os mais frequentes são (de maior a menor frequência): cefaleia, cervicalgias, paresia nos membros, visão alterada, dor nos membros superiores e/ou inferiores, parestesias, sensibilidade alterada, vertigem, deglutição alterada, lombalgias, deterioração da memória, marcha alterada, dorsalgias, falta de equilíbrio, disestesias, transtornos de linguagem, problemas de controle do esfíncter, insônia, vômitos, perda de consciência e tremores.
Existem quatro tipos clássicos (I, II, III e IV) e dois (“0” e “1,5”) que foram descritos recentemente:
Tipo I. Descida das amígdalas cerebelosas sem outra malformação do Sistema Nervoso (SN).
Tipo II. Descida das amígdalas cerebelosas com malformação neuro-vertebral, que pode fixar a medula espinhal ao canal vertebral.
Tipo III. Descida das amígdalas cerebelosas com encefalocele occipital e anomalias cerebrais.
Tipo IV. Descida das amígdalas cerebelosas com aplasia ou hipoplasia do cerebelo relacionada à aplasia do tentório do cerebelo.
Tipo “0”. Atualmente, se comenta sobre a existência de casos com um aspecto clínico (sintomas e sinais) típico de SACH.I, mas sem a descida das amígdalas cerebelosas.
Tipo “1,5”. Recentemente, vem se descrevendo a Síndrome de Arnold-Chiari “1,5”, com descida das amígdalas cerebelosas e herniação do tronco cerebral no orifício occipital.
A descida das amígdalas cerebelosas (DAC) pode ocorrer devido a uma força de tração sobre a medula espinhal, que é exercida por malformações relacionadas a alguns tipos de Síndrome de Arnold-Chiari, exceto o I, no qual a descida das amígdalas cerebelosas é a única alteração morfológica. Para este caso, existem diversas teorias:
– Teorias convencionais:
– Teoria da tração medular, segundo o Filum System ®:
De acordo com a teoria do Dr. Miguel B. Royo Salvador, a descida das amígdalas cerebelosas em um caso de Síndrome de Arnold Chiari I é o resultado de uma força de tração anormal exercida sobre a medula espinhal, cuja causa está em um ligamento denominado Filum Terminale, que é anômalo e excessivamente tenso (o que não é claramente visível em exames complementares).
Figura 2.- Ressonâncias Magnéticas (RM) de uma paciente aos 8 e aos 20 meses de idade, nas quais se pode observar a Descida das Amígdalas Cerebelosas (DAC – Síndrome de Arnold Chiari I) surgida na comparação entre as duas ressonâncias (Huang P. “Adquired” Chiari I malformation. J. Neurosurg 1994), o que demonstra que, além de haver um componente genético e hereditário nesta patologia, existe um fator adquirido.
Os fatores de risco com mais influência no desenvolvimento da Síndrome de Arnold Chiari I são os seguintes:
As complicações ocasionadas pela descida das amígdalas cerebelosas podem depender do grau de tração caudal ou da compressão relacionada ao forame magno. Esta última é determinada pelo conflito entre a tração da medula e do tronco cerebral e o espaço disponível no orifício.
O tratamento convencionalmente aceito para a Síndrome de Arnold Chiari I é o neurocirúrgico.
Atualmente, a craniectomia ou a descompressão suboccipital é o tratamento standard realizado na maioria dos centros médicos do mundo para este diagnóstico, com ou sem Siringomielia. Geralmente, tal tratamento é indicado, especialmente, para casos sintomáticos graves, porque este tipo de operação provoca mais morbidade e mortalidade do que a evolução natural da própria patologia.
No entanto, desde 1993, com a publicação da tese de doutorado do Dr. Royo Salvador, que aponta a tração caudal de todo o sistema nervoso pelo filum terminale, como a causa da ectopia das amígdalas cerebelosas – entre outras anomalias – foi criado um novo tratamento, que, neste caso, é etiológico, ou seja, relacionado à causa. Isto porque, ao se seccionar cirurgicamente o filum terminale, se elimina a força da tração medular caudal responsável pelo mecanismo patológico.
A nossa técnica de Secção do Filum terminale (SFT) é minimamente invasiva e costuma ser indicada para todos os casos, sintomáticos ou não sintomáticos, devendo ser realizada o quanto antes, uma vez que este tratamento tem riscos mínimos e muito menores do que os da patologia em si. Além disso, o nosso tratamento tem como objetivo interromper a evolução da patologia.
Com o método do Filum System®, já foram operados mais de 1,6 mil pacientes com a Síndrome de Arnold Chiari I, com ou sem Siringomielia idiopática e/ou Escoliose idiopática.
O propósito desta intervenção cirúrgica é interromper a evolução da patologia e evitar que a ectopia e as lesões aumentem posteriormente. No entanto, em alguns casos, foram obtidas melhorias notáveis do estado clínico, inclusive com a subida das amígdalas cerebelosas.
Exemplos:
Descrito: em 1883 pelo cirurgião anatomista John Cleland (1835-1925) de Pertshire, Escócia. Descreveu o alongamento do vermis cerebeloso, a descida do cerebelo e do IV ventrículo em uma criança com hidrocefalia, encefalocele, espinha bífida e mielosquise. Em 1891 e 1896, Hans Chiari contribuiu com novos casos e na sua classificação. Em 1894, Julius Arnold contribuiu com a sua difusão.
Nominado: por Schwalbe e Gredig en 1907, como “malformação de Arnold-Chiari”. A nomenclatura oficial atual no Código de classificação de doenças da OMS (International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems, 10th Revision (c) Geneva, OMS, 1992) consta para esta enfermidade com a terminologia de “Síndrome ou doença de Arnold-Chiari I” (Q07.0, CID-10).
Incidência: um caso em cada mil nascidos vivos. Outros autores(as) falam em menos de 1% da população. Em ambos os casos, se referem a cifras com critérios muitos restritos, com uma descida das amígdalas cerebelosas que supere os 3 ou 5 milímetros.
Com os estudos do Dr. Royo Salvador (1992), com a sua tese de doutorado, se foi da teoria à prática, com a comprovação de que várias patologias de causa desconhecida –como a Síndrome de Arnold Chiari I, a Siringomielia e a Escoliose idiopáticas, a Platibasia, Invaginação Basilar, a Retroflexão do Odontóide e a Angulação do tronco cerebral– fazem parte de um novo conceito de enfermidade; a Doença do Filum, já que todas têm a mesma causa: a tração da medula espinhal e de todo o sistema nervoso.
A força de tração de todo o sistema nervoso na Doença do Filum se apresenta em todos os embriões humanos. Por isso, em maior ou menor medida, todos sofrem as suas consequências, sendo que estas se manifestam de formas e intensidades muito variadas.
Na Doença do Filum, estão envolvidas, pela sua causa, outras patologias, como as hérnias de disco vertebrais, algumas síndromes de insuficiência vascular cerebral, as síndromes de faceta articular e de Baastrup, a fibromialgia, a fadiga crônica, a enurese noturna, a incontinência urinária e as paraparesias acentuadas.
Para definir o diagnóstico, orientar o tratamento e o acompanhamento da Doença do Filum, se criou um método médico: o Filum System®.
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