Última atualização: 12/06/2019, Dr. Miguel B. Royo Salvador, número de registro médico: 10389. Neurocirurgião e Neurologista.
A Siringomielia idiopática (SMI) se caracteriza pelo aparecimento de uma cavidade cística na medula espinhal, preenchida por líquido, e por sintomas de deterioração generalizada da medula espinhal (principalmente em relação à sensibilidade à temperatura).
Figura 1 – Imagem que mostra o preenchimento da cavidade centromedular por líquido intersticial ou soro, decorrente da morte do tecido intramedular, provocada pela isquemia, que é ocasionada, por sua vez, pela tração do filum terminale.
Descrita: Estienne a descreveu pela primeira vez na sua obra “La disection du corps humain”, em 1546.
Denominada: em Paris, em 1824, pelo anatomista Charles Prosper Ollivier d’Angers (1796–1845) e publicado no seu “Traité de la moelle epinière et ses maladies”.
Incidência: 84 pacientes com Siringomielia a cada 1 milhão de habitantes. Segundo os critérios do Filum System®, a sua incidência é muito maior.
Os sintomas da Siringomielia mais frequentes entre os(as) nossos(as) pacientes, de maior a menor incidência, são os seguintes: dores nos membros, dores na coluna cervical, sensibilidade térmica e táctil alterada, dores na coluna lombar, dores na coluna dorsal, dores de cabeça, marcha alterada, paresia e controle do esfíncter alterada.
A. Siringomielia primária ou idiopática. A Siringomielia idiopática consiste no aparecimento de uma cavidade intramedular, preenchida por líquido, cuja causa é desconhecida.
B. Siringomielia secundária. No caso de uma Siringomielia secundária, o surgimento de uma cavidade intramedular, preenchida por líquido intersticial ou soro, está relacionado a uma causa, que pode ser: tumoral, traumática, infecciosa ou outras. Possivelmente, a Siringomielia secundária se deve a uma necrose do parênquima da medula espinhal, ocasionada por uma dessas causas, ao se exercer um efeito invasivo sobre a mesma por compressão, por tração ou pela combinação de alguns dos três mecanismos acima mencionados.
– Teorias convencionais:
– A teoria hidrodinâmica considera que a cavidade siringomiélica surge devido a uma anomalia na circulação do líquido cefalorraquidiano.
– A teoria malformativa considera que existe uma fossa craniana pequena, que induz o deslocamento do cerebelo em direção ao canal vertebral, gerando um conflito hidrodinâmico, que provoca o desvio do líquido intersticial em direção à parte interna da medula espinhal, formando, assim, a cavidade siringomiélica.
– Teoria da tração medular, segundo o Filum System®:
A teoria do Dr. Miguel B. Royo Salvador considera a cavidade siringomiélica uma consequência da necrose do tecido intramedular, induzida, por sua vez, por uma isquemia provocada por uma tração medular do filum terminale tenso (o que não é possível de se detectar em exames complementares). A cavidade siringomiélica está cheia de líquido intersticial ou soro. Com a evolução da patologia, pode ocorrer uma fístula no espaço perimedular ou no conduto do epêndima, ocasionando a troca do soro intracavitário por líquido cefalorraquidiano.
– Doença do Filum:
O Dr. Royo Salvador (1992), com a sua tese de doutorado, confirmou a teoria de que várias enfermidades de causa desconhecida –como a Síndrome de Arnold Chiari I, a Siringomielia e a Escoliose idiopáticas, a Platibasia, a Invaginação Basilar, a Retroflexão do Odontóide e a Angulação do Tronco Cerebral– fazem parte de um novo conceito de patologia, a Doença do Filum, já que todas têm a mesma causa: a tração da medula espinhal e de todo o sistema nervoso.
A força de tração de todo o sistema nervoso na Doença do Filum se apresenta em todos os embriões humanos. Por isso, em maior ou menor medida, todos sofrem as suas consequências, sendo que estas se manifestam de formas e intensidades muito variadas.
Na Doença do Filum, estão envolvidas, pela sua causa, outras patologias, como as hérnias de disco vertebrais, algumas síndromes de insuficiência vascular cerebral, as síndromes de faceta articular e de Baastrup, a fibromialgia, a fadiga crônica, a enurese noturna, a incontinência urinária e as paraparesias acentuadas.
Para definir o diagnóstico, orientar o tratamento e o acompanhamento da Doença do Filum, se criou um método médico: o Filum System®.
Os fatores de risco com mais influência sobre o desenvolvimento da Siringomielia idiopática são os seguintes:
Dependendo de como a medula e a circulação sanguínea na mesma estiverem afetadas, devido à tração caudal que caracteriza a Doença do Filum, pode ocorrer a deterioração, principalmente, das funções e das capacidades motoras e sensitivas do(a) paciente. Isto pode chegar a constituir graves complicações para a saúde, tais como:
O tratamento convencionalmente aceito para a Siringomielia idiopática é o neurocirúrgico.
Convencional
Atualmente, a derivação ventrículo-peritoneal da cavidade siringomiélica com cateter (ou a aracnólise) é o tratamento padrão que se realiza na maioria dos centros do mundo para pacientes com este diagnóstico. Esta cirurgia costuma ser indicada principalmente para pacientes com muitos sintomas, mas provoca mais morbidade e mortalidade do que a evolução natural da própria patologia.
A derivação da cavidade siringomiélica não elimina a causa da doença, apenas tenta tratar uma das suas consequências ou sequelas, ou seja, o acúmulo de líquido. Para procede-la, se realiza uma perfuração na medula espinhal, que já está afetada por conta da Siringomielia. Por tudo isso, consideramos este procedimento cirúrgico contraindicado.
Filum System®
Desde 1993, com a publicação da tese de doutorado do Dr. Royo Salvador, que aponta a tração caudal de todo o sistema nervoso pelo Filum terminale como a causa da formação das cavidades siringomiélicas, entre outras patologias, foi criado um tratamento, que, neste caso, é etiológico, ou seja, relacionado à causa. Isto porque, ao se seccionar cirurgicamente o filum terminale, se elimina a força da tração medular caudal responsável pelo mecanismo patológico.
No método Filum System®, um dos procedimentos cirúrgicos aplicados é a secção do Filum terminale (SFT), com uma técnica cirúrgica minimamente invasiva.
Tal tratamento costuma ser indicado para todos os casos, sintomáticos ou não, devendo ser realizado o mais rápido possível, uma vez que este tratamento tem riscos mínimos e muito menores do que os da patologia em si. Além disso, o nosso tratamento tem como objetivo interromper a evolução da patologia.
Com o método Filum System®, foram operados mais de 1.600 pacientes somente com a Siringomielia idiopática ou também relacionada com a Escoliose idiopática e/ou a Síndrome de Arnold-Chiari I.
O objetivo deste procedimento cirúrgico é parar a evolução da doença, ou seja, que os cistos não continuem se estendendo pelo tecido intramedular. No entanto, em alguns casos, se observaram melhorias notáveis do estado clínico do(a) paciente, inclusive com a reabsorção e, mais tarde, com o colapso das cavidades pré-existentes.
Exemplos:
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Sexta-feira: 9-15h (UTC+1)p>
Sábado e domingo: fechado
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