Última atualização: 21/06/2019, Dr. Miguel B. Royo Salvador, número de registro médico: 10389. Neurocirurgião e Neurologista.
A Escoliose idiopática (ESCI) consiste em um desvio lateral da coluna vertebral, de causa desconhecida, que é mais frequente entre pessoas do sexo feminino e durante a fase de crescimento.
Figura 5 – Ressonância Magnética (RM) com uma imagem frontal da coluna vertebral com Escoliose idiopática, na qual se visualiza o canal vertebral com a medula espinhal, que vai de uma convexidade a outra, dentro do canal vertebral, o que indica a existência de uma importante força de tração medular caudal.
O aspecto clínico da Escoliose pode ser observado em diversos quadros de combinações de sintomas, dos quais, os mais frequentes, de acordo com a nossa experiência, são os seguintes: dores na coluna lombar e na dorsal, cefaleias, marcha alterada, coluna “travada” e parestesias.
– Segundo as teorias convencionais:
Acredita-se que a Escoliose é provocada pelo desequilíbrio da massa muscular paravertebral, por uma anomalia ligamentosa, por transtornos posturais relacionados à propriocepção, por uma reação espinhal a forças como a gravidade ou a ação muscular ligamentosa, por um erro inato do metabolismo, por alterações neurológicas, entre outras.
– Segundo o método médico Filum System®:
A Escoliose idiopática é o resultado de um mecanismo de compensação da coluna vertebral à ação de uma tração medular caudal, produzida por um filum terminale tenso (o que não é possível de se detectar por meio de exames complementares).
Esta é a mesma causa de outros desvios idiopáticos da coluna vertebral, tais como: a hipercifose, a hiperlordose, a retificação da curvatura vertebral, a rotação vertebral (rotoescoliose) e a inversão na direção das curvaturas vertebrais.
Para o diagnóstico e o acompanhamento da Escoliose idiopática, é imprescindível a visualização de toda a coluna vertebral através de uma radiografia completa de frente e de perfil.
A Escoliose pode ser definida como secundária quando a coluna vertebral desviada em visão frontal ou anteroposterior está relacionada com uma causa conhecida. Esta pode ser: tumoral, traumática, infecciosa ou outra.
Os fatores de risco com mais influência no desenvolvimento da escoliose idiopática são os seguintes:
Dependendo dos graus de curvatura do desvio vertebral, a Escoliose pode determinar, com o tempo, danos colaterais em todo o organismo, além de dificuldades e disfunções que, cada vez mais, podem afetar a vida do(a) paciente. As principais complicações são as seguintes:
Desde que a Escoliose foi descrita por Hipócrates, se vem tentando, por todos os meios possíveis, encontrar maneiras de se endireitar a coluna vertebral: com manipulação, fisioterapia, trações e coletes. Como nada disso foi suficiente, se passou a recorrer, na atualidade, à correção cirúrgica mediante a aplicação de próteses metálicas corretivas das curvaturas.
Todos estes tratamentos estão focados na sintomatologia e visam a correção da consequência desta anomalia –as curvaturas– , já que se acredita que a sua causa é desconhecida.
Desde 1993, com a publicação da tese de doutorado do Dr. Royo Salvador, que aponta a tração caudal de todo o sistema nervoso pelo filum terminale, como a causa da Escoliose idiopática – entre outras anomalias – foi criado um novo tratamento, que, neste caso, é etiológico, ou seja, relacionado à causa. Isto porque, ao se seccionar cirurgicamente o filum terminale, se elimina a força da tração medular caudal responsável pelo mecanismo patológico.
No Institut Chiari & Siringomielia & Escoliosis de Barcelona, foram operados mais de 1400 pacientes com Escoliose idiopática de secção do filum terminale (SFT) –mediante uma técnica própria minimamente invasiva. Não tivemos nenhuma complicação grave e, em todos os casos, se observou uma mudança na percepção subjetiva de liberação da coluna vertebral. A atitude escoliótica desaparece na maioria dos casos e as curvaturas melhoram quando são inferiores a 40º. No caso das curvaturas superiores a 40º, recomendamos a realização de terapias convencionais para atenuar a ação da gravidade sobre a coluna vertebral.
A nossa equipe do Institut Chiari & Siringomielia & Escoliosis de Barcelona trabalha com a Escoliose idiopática desde a perspectiva neurológica e neurocirúrgica. Com esta anomalia, ocorre um quadro de sofrimento da medula espinhal, por estar tensa dentro do canal vertebral. Com a secção do Filum Terminale, se elimina a tensão da medula espinhal e desaparece a força que gera as curvaturas, procedente do Filum Terminale. A simples secção deste ligamento provoca a interrupção da força exercida sobre a medula espinhal e esta, por sua vez, deixa de enviar estímulos de flexão à coluna vertebral, estagnando, assim, o avanço da escoliose.
Com a secção do filum terminale, a evolução da Escoliose é interrompida, quando a curvatura se situa entre 10º e 40º. Já quando supera os 40º, a Escoliose pode continuar evoluindo, mas de maneira mais lenta do que ocorreria se não houvessem o critério diagnóstico e os tratamentos do Filum System®. Na maioria dos casos, se observa a diminuição do sintomas e dos sinais clínicos.
Em todos os casos, a nossa equipe médica avaliará o tratamento pós-operatório mais adequado para cada paciente, que pode ser: reabilitação, estimulação muscular corretiva, fisioterapia, uso de colete ou até uma cirurgia de fixação vertebral.
Operamos pacientes diagnosticados(as) somente de Escoliose idiopática e também associada à Síndrome de Arnold Chiari I e/ou à Siringomielia. A evolução da Escoliose foi interrompida e se obtiveram melhorias, em alguns casos espetaculares, especialmente quando a curvatura era inferior a 40 graus.
Ejemplos:
– Caso 17584. Evidente diminuição da curvatura escoliótica em um caso operado mediante o FS® – Imagem pré-operatória de 2014 e pós-operatória de 2015.
2014
2015
Para obter mais informação a respeito, lhes aconselhamos consultar a seção “Depoimentos: Escoliose idiopática”. Gostaríamos de lhes recordar que todos os depoimentos foram realizados como forma de divulgação. As opiniões emitidas nos depoimentos são de responsabilidade exclusiva dos seus autores(as).
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