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Institut Chiari & Siringomielia & Escoliosis de Barcelona

Retroflexão do Odontóide

Última atualização: 26/03/2020, Dr. Miguel B. Royo Salvadornúmero de registro médico: 10389. Neurocirurgião e Neurologista.

Definição

A Retroflexão do Odontóide é uma malformação da parte superior da coluna cervical, que consiste na inclinação para trás da apófise odontóide, chegando a deslocar e comprimir as estruturas nervosas adjacentes.

Trata-se de uma invaginação da ponta da apófise odontóide, que se desloca de maneira anormal para trás, superando claramente a linha imaginária que
une as apófises clinóides posteriores e o ângulo póstero-inferior do corpo vertebral de C2.

Frequentemente relacionado à Platibasia e à Invaginação Basilar, a Retroflexão do Odontóide, em alguns casos, tem uma presença e uma magnitude que discrepam das demais malformações.

Fig.1 Retroflexão do Odontóide. Tomografia crânio-cervical.


Sintomas

A sintomatologia da Retroflexão do Odontóide faz parte do quadro da Invaginação Basilar e da Platibasia e ocorre devido à compressão da apófise odontóide sobre o tronco cerebral e as estruturas vasculares que estão em contato direto .

As manifestações neurológicas são próprias de uma compressão na medula cervical superior: dores cervicais, contraturas, perda de força, espasticidade, paresia, instabilidade na marcha, dismetria e progressiva perda da sensibilidade. Esta malformação pode, inclusive, participar do aumento crônico da pressão intracraniana.


Tomografia computadorizada ou Ressonância magnética

O diagnóstico da Retroflexão do Odontóide é radiológico e pode ser realizado mediante Tomografia Computadorizada (Fig.1) ou Ressonância Magnética (Fig. 2) do crânio ou do encéfalo e da coluna ou da medula espinhal cervical.

O diagnóstico é feito ao se traçar a linha basilar de Thiébaut-Wackenheim-Vrousos, que corresponde ao prolongamento para baixo do plano basilar. A apófise odontóide do áxis fica normalmente tangente, sendo que a separação desta linha não supera os dois milímetros.

Fig.2.- RM Crânio-cervical sagital com Retroflexão do Odontóide. Além disso, existe: a Invaginação Basilar, a Retroflexão do Odontóide, a descida das amígdalas cerebelosas e a angulação do tronco cerebral. É necessário destacar o aumento do espaço supracerebeloso, que evidencia a favor da teoria de tração e contraria a teoria de que a malformação se deve à redução da fossa posterior.


Causas

– Segundo as teorias convencionais:

Como todas as anomalias da união crânio-cervical, a Retroflexão do Odontóide convencionalmente é atribuída a alterações congênitas -estruturais ou transtornos gerais/sistêmicos- ou adquiridas.

 

– Segundo o método médico Filum System ®:

A deformação observada na Retroflexão do Odontóide se deve a um mecanismo congênito de assincronia no crescimento, na fase embrionária, entre a medula espinhal e o sistema nervoso central com a coluna vertebral. Isto gera uma força de tração medular anormal, transmitida do cóccix até o Áxis, pelo Filum terminale. Quanto mais intensa for esta tração medular, maior será a relevância das manifestações ósseas, como é o caso da Retroflexão do Odontóide.

A Retroflexão do Odontóide tem a mesma causa da tração caudal (produzida por um Filum Terminale excessivamente tenso) da Síndrome de Arnold Chari I, da Siringomielia e da Escoliose Idiopáticas, assim como de outras malformações da zona occipital relacionadas, sendo estas consideradas algumas das diversas manifestações da Doença do Filum. Quanto mais cedo e mais intenso for o surgimento da tração caudal, coincidindo com a osteogênese, maior será a sua manifestação óssea, como a Retroflexão do Odontóide, a Invaginação basilar e a Platibasia.


Fatores de risco

Os fatores de risco com mais influência no desenvolvimento da Retroflexão do Odontóide são os antecedentes familiares: se trata de uma patologia congênita, que pode ser transmitida entre familiares. Além disso, compartilha a incidência genética com a Doença do Filum, cujo mecanismo patológico se encontra em todos os embriões humanos. Seu aspecto clínico depende da intensidade, do entorno e da forma de expressão deste conflito mecânico.


Complicações

As complicações da Retroflexão do Odontóide podem depender do grau de tração caudal ou do consequente conflito mecânico que se dá no forame magno. Este último condiciona a magnitude e intensidade ou grau do conflito entre a tração da medula espinhal e do tronco cerebral.

 

Deterioração da qualidade de vida: sintomas como torcicolo, limitação dos movimentos cervicais, dores cérvico-occipitais constantes, perda da força nos membros, espasticidade, instabilidade na marcha e perda de sensibilidade podem chegar a ser crônicos, aumentando progressivamente, afetando cada vez mais o estado do(a)paciente e limitando a sua vida diária.

Dor crônica: especialmente com a Retroflexão do Odontóide relacionada à Síndrome de Arnold Chiari I e/ou à Invaginação Basilar, os(as) pacientes afetados(as) podem precisar de apoio de uma Clínica de Dor. Isto porque os medicamentos antiinflamatórios ou analgésicos de primeira escolha podem ser insuficientes para aliviar os sintomas dolorosos e as crises de cefaleia características desta enfermidade.

Morte súbita: esta pode ocorrer devido a lesões nos núcleos das funções cardiorrespiratórias do tronco cerebral, onde se desenvolve o conflito mecânico. Os transtornos respiratórios durante o sono podem ser um aspecto da patologia, que se expressam por meio de apneias, falhas respiratórias ou, inclusive, pela morte súbita. Daí a importância de um diagnóstico e de um tratamento precoce.


Tratamento

O tratamento convencionalmente aceito para a Retroflexão do Odontóide é neurocirúrgico.

Atualmente a craniectomia ou a descompressão suboccipital é o tratamento standard que se realiza na maioria dos centros hospitalares do mundo para este diagnóstico. Costuma ser indicado, especialmente, para casos sintomáticos, já que este provoca mais morbidade e mortalidade do que a evolução natural da própria patologia.

Desde 1993, no entanto, com a publicação da tese de doutorado do Dr. Royo Salvador, a tração caudal de todo o sistema nervoso  pelo filum terminale é apontada como causa da ectopia das amígdalas cerebelosas – entre outras enfermidades. Por isso, foi criado um tratamento, que, neste caso, é etiológico ou relacionado à causa, já que ao se seccionar cirurgicamente o Filum terminale, se elimina a força de tração medular caudal responsável pelo mecanismo patológico.

A nossa técnica de secção do Filum terminale é minimamente invasiva e costuma ser indicada para todos os casos, sintomáticos ou não, o quanto antes. Tem riscos mínimos e muito inferiores aos da patologia em si e ainda detém a evolução da mesma.

Secção do Filum Terminale minimamente invasiva do Filum System®:

Vantagens

1. Elimina a causa da Retroflexão do Odontóide e de várias patologias relacionadas.

2. Elimina o mecanismo que provoca o conflito na zona occipital e, consequentemente, o risco de morte súbita.

3. Tem um índice de 0% de mortalidade, sem sequelas, em mais de 1.700 casos operados com o nosso método Filum System®.

4. Com uma técnica minimamente invasiva, o tempo cirúrgico é de 45 minutos. Poucas horas de internação hospitalar.

Geralmente, a anestesia é local. O pós-operatório é curto e sem limitações.

5. Melhora os sintomas e interrompe a evolução do mecanismo patológico.

6. Evita a hidrocefalia decorrente do impacto das amígdalas cerebelosas no orifício occipital, normalmente relacionado à Retroflexão do Odontóide.

7. Melhora a circulação sanguínea em todo o Sistema Nervoso e, com isso, as faculdades cognitivas que possam estar afetadas pela tração medular.

Desvantagens

1. Deixa uma cicatriz mínima na zona sacra, com duas possíveis complicações: hematoma na zona ou infecção da ferida cirúrgica.

2. Em caso de espasticidade, às vezes, se interpreta, erroneamente, a melhoria da mesma como uma diminuição de força na zona afetada.

3. Em casos de alterações das sensações tácteis e de percepção da dor, às vezes, a melhoria das mesmas é interpretada, erroneamente, como um inconveniente.

4. Por melhorar a irrigação cerebral, aumenta a atividade cerebral, o que pode causar alterações anímicas durante o primeiro período pós-operatório.

Craniotomia suboccipital:
(Descompressió del foramen magne o forat occipital)

Vantagens

1. Elimina o risco da morte súbita.

2. Melhora o quadro clínico de alguns(as) pacientes.

Desvantagens

1. Deixa uma cicatriz mínima na zona sacra, com duas possíveis complicações: hematoma na zona ou infecção da ferida cirúrgica.

2. Em caso de espasticidade, às vezes, se interpreta, erroneamente, a melhoria da mesma como uma diminuição de força na zona afetada.

3. Em casos de alterações das sensações tácteis e de percepção da dor, às vezes, a melhoria das mesmas é interpretada, erroneamente, como um inconveniente.

4. Por melhorar a irrigação cerebral, aumenta a atividade cerebral, o que pode causar alterações anímicas durante o primeiro período pós-operatório.


Resultados da Secção do Filum Terminale

Com o método Filum System®, já foram operados mais de 1.700 pacientes com a Doença do Filum e a Síndrome Neuro-crânio-vertebral.

O propósito deste procedimento cirúrgico é eliminar a causa, o conflito mecânico entre a deformação e a tração caudal de todo o sistema nervoso central. Desta maneira, se procura deter a evolução desta patologia, especialmente as manifestações neurológicas relacionadas à Retroflexão do Odontóide e, assim, não piorar a qualidade de vida do(a)paciente.



Maladie du Filum

Après les études du Dr. Royo Salvador (1992) avec sa thèse de doctorat, il a été démontré que plusieurs maladies de cause inconnue telles que IBi, Syndrome d’Arnold Chiari I, Syringomyélie et Scoliose idiopathiques, Platybasie, Rétrocession de l’Odontoïde, angulation du tronc cérébral, angulation du tronc cérébral, fonts partie du même groupe partageant la même cause: la traction de la moelle épinière et de tout le système nerveux, constituant un nouveau concept de pathologie, la Maladie du Filum (MF). Lorsque le conflit mécanique n’est pas d’origine congénitale, c’est le Syndrome Neuro-Crânio-Vertébrale.

Le conflit mécanique qui détermine la force de traction de l’ensemble du système nerveux dans la MF elle se présente dans tous les embryons humains, de sorte que, dans une mesure plus ou moins grande, ils souffrent les conséquences et peuvent se manifester de différentes manières et intensités.

Dans la MF sont aussi impliquées les suivantes maladies car elle partagent la même cause: les hernies discales vertébrales, quelques syndromes d’insuffisance vasculaire cérébrale, syndrome de la facette articulaire et de Baastrup, fibromyalgie, fatigue chronique, énurésie nocturne, incontinence urinaire et paraparésie.

Afin de préciser le diagnostic, guider le traitement et le suivi de la MF, une méthode de santé a été développée: le Filum System®.